Águas Minerais Naturais: o que são?
Resultantes maioritariamente do enriquecimento da água das chuvas, são estas que se infiltram através dos terrenos permeáveis e/ou das fraturas. Nos aquíferos sedimentares ela circula gravíticamente até uma camada impermeável; nos aquíferos fraturados ela “afunda-se” no circuito hidráulico descendente. As grandes redes de fraturas têm direções relacionadas com fases geológicas estruturantes principais, as quais modelaram os maciços cristalinos e favorecem a circulação da água.
A emergência à superfície destas águas que atingiram, por vezes, profundidades de vários quilómetros pode dever-se a dois fatores:
- Pressão devida a condições hidrodinâmicas e topográficas que favorecem a emergência espontânea da água;
- Térmico, em que a água, sujeita a elevadas temperaturas, se torna mais leve, o que a leva a ascender.
Porque a água tem uma forte propensão para dissolver os minerais das rochas através das quais ela percola e circula, entre a sua infiltração e a emergência ela retira do meio envolvente todo um conjunto de “sais minerais” que lhe conferem uma composição química que depende, nomeadamente, da natureza das rochas encaixantes, da temperatura a que se efetuam as trocas água/rocha e da duração deste contacto.
Como se disse a temperatura tem um papel importante na composição da água: muito embora ela possa emergir a temperaturas desde valores em torno dos 10ºC até valores superiores aos 90ºC, estas temperaturas não são reveladoras das temperaturas a que esteve sujeita durante a travessia. Em sistemas vulcânicos, essas temperaturas podem ultrapassar muito os 200ºC.
São, portanto, águas bacteriologicamente próprias, de circulação profunda, com particularidades físico-químicas estáveis na origem, e de cuja composição podem resultar propriedades terapêuticas ou simplesmente efeitos favoráveis à saúde.
Estas águas podem ser aproveitadas para engarrafamento, como é o caso das águas minerais naturais denominadas “Lombadas” e “Magnificat” emergentes, respetivamente, no lugar de Lombadas – Vulcão do Fogo e Serra do trigo – Vulcão das Furnas, ou em atividade termal como no caso das Termas das Furnas, na ilha de S. Miguel, do Varadouro, na ilha do Faial e do Carapacho, na ilha Graciosa, cujas indicações terapêuticas foram oficialmente reconhecidas.